09 abr • 2018

Filmes com doçuras!

Quem nunca babou pelos doces e sobremesas que aparecem nas telonas de longas do cinema?  Nesse post super inspirador pelos filmes e pelas doçuras, apresento à vocês sugestões deliciosas:

SEM RESERVA

Filme de 2007, estrelado por Catherine Zeta-Jones (Chicago, lembra do musical?!), Aaron Eckhart (Obrigado por Fumar) e a pequena (que hoje não é mais tão pequena assim) Abigail Breslin (Pequena Miss Sunshine). Conta a história da bem sucedida, perfeccionista e metódica Chef de Cozinha, Kate – vivida por Catherine, que recebe a custódia de sua única sobrinha – Zoe, após perder a irmã em um acidente de carro. Com sua vida já não ficando tão gatinha assim, pois ela e a sobrinha não tinham nenhum tipo de aproximação; sua vida fica mais ainda de ponta a cabeça quando entra em cena Nick (Eckhart), o chef contratado para substitui-la enquanto ela se organiza com a nova vida de “mãe”.

Tiramisù da Osteria Agazzi na Rua Antonio Passos, na Federação. Maravilhoso!

Vemos a evolução da personagem principal Kate, que passa de uma mulher solitária, bloqueada emocionalmente para uma pessoa mais aberta, amorosa e menos regrada. Vemos a evolução do relacionamento com a sobrinha, que se encaixa com o tempo no papel de filha e vemos surgir um novo lar, e um novo conceito de família.

Além disso, o longa-metragem é a versão americana do filme alemão ‘Simplesmente Martha’ de 2002. Sim, um filme tipo ‘sessão da tarde’, leve e descontraído. Ideal para assistir em família, em que reúne amor com doses de humor.

COMER, REZAR, AMAR

Este é o tipo de longa-metragem que não apenas inspira doçura, mas faz a gente refletir sobre a busca do autoconhecimento, faz a gente se mexer na cadeira e pensar na nossa vida, como ela anda, se estamos ou não acomodados: vivendo de amor ou amando pra viver.

Baseado em uma história real, a da escritora Elizabeth Gilbert e no livro de mesmo nome, o filme conta a história de Liz – uma mulher que aparentemente tinha tudo que todas as outras queriam ter: um marido, uma carreira estável, uma casa bacana. Mas, como em todo ser humano, aquele dito de que ‘ninguém está satisfeito com o que tem’, nem sempre é o dinheiro, nem sempre é um casamento ou uma carreira bem sucedida.

Gelato Crema da Crema Gelatos Italianos – Av. Paulo VI

Acredito que em alguns, não vou dizer muitos, mas apenas alguns casos, você se conhecer, se redescobrir, ir em busca do auto-conhecimento é uma trajetória mais importante do que “grandes” conquistas. Você sair de sua zona de conforto, conhecer novas pessoas, se desafiar: seja aprendendo uma nova língua, vivendo em outro país, viver novas experiências: é o que falta pra muita gente.

E foi o que Liz Gilbert fez: ela se deu o prazer e se deleitou na gastronomia italiana, rezou na Índia e tentou encontrar sua paz interior em Bali.

Estrelado por Julia Roberts, Javier Bardem, James Franco e um elenco porreta, ‘Comer, Rezar, Amar’; dá aquela chacoalhada na nossa mente e faz a gente parar pra pensar se é isso mesmo que queremos da vida, se estamos realmente felizes com o que temos e com o que conquistamos. Além de nos fazer viajar pela Itália, Índia e Indonésia.

O filme é de 2010, com direção de Ryan Murphy e traz uma fotografia impecável, trilha sonora gostosa e faz a gente babar nas cenas de comida.

UM LUGAR CHAMADO NOTTING HILL

O longa britânico de 1999, se passa no bairro gostoso de Notting Hill, lugar em que o personagem Will Tracker (Hugh Grant) tem uma livraria especializada em guias de viagens, e em mais um dia comum recebe a inesperada visita da estrela de cinema estadunidense Anna Scott, vivida por Julia Roberts (ó ela aqui de novo!).

Depois de dois ou três encontros depois, Will e Anna iniciam um relacionamento muito fofo, engraçado e cheio de idas e vindas.

Will é tímido, pacato mas encantador. Anna como toda atriz gosta dos holofotes, mas sente falta de ter uma vida mais tranquila e comum, e é exatamente isso que ela encontra em William, mas demora um pouco pra aceitar, que apesar das diferenças no estilo de vida de cada um, eles têm muito em comum.

‘Um Lugar chamado Notting Hill’ é aquele tipo de filme que a gente assisti repetidas vezes, em qualquer horário, nos arranca suspiros e doçuras. E uma das cenas divertidas se passa na casa da ex-mulher de Will (sim, ele já foi casado e mantém uma amizade que a ex-esposa e seu atual marido, que já era seu amigo – gente evoluída!) no jantar de aniversário de sua irmã (protagonizada por Emma Chambers, falecida neste ano) e que o próprio convida Anna Scott.

Advinha qual a sobremesa servida no jantar?! Um Brownie Chocolatudo e com uma cara mega delicia.

o Brownie de Junia é perfeito: textura e sabor impecáveis. Aquele brownie que segue exatamente a receita e de fato é o que realmente deveria ser. Para encomendar: vá até o instagram oficial @juniabfranco

GARÇONETE

Eu sou apaixonada por esse filme: primeiro pela história de superação da personagem principal e segundo que pra cada momento da história, para cada situação uma american pie – as tortas bem estilo americano – são produzidas e mostradas de uma maneira que faz a gente babar e desejar.

Estrelado por Keri Russel, vivendo o papel de Jenna – a garçonete que possui um dom de fazer tortas especiais, inspiradas nos problemas, questões e circunstâncias vividas por ela; o longa de 2007, se passa numa cidadezinha pequena do interior dos EUA.

A típica Torta de Maçã de massa folhada e super amanteigada, quetinha e recheio super generoso do Pasta em Casa. Imagem: Onde Comer em Salvador

Jenna tem um sonho: juntar dinheiro o suficiente para largar o marido e poder ter sua independência e paz produzindo suas tortas; seu marido Earl, é super controlador, prepotente e cruel.

Porém, uma gravidez inesperada muda seus planos e ao se consultar com o novo e recém chegado médico, Jenna também descobre uma paixão, um novo amor e o mais importante, o amor próprio.

A Torta de Maçã do Pasta em Casa, é irresistível e acompanhada com sorvete de creme: fica maravideusa. O Pasta fica na Rua Professoa Almerinda Dultra – Rio Vermelho.

O filme tem a narração de  Jenna lendo as cartas que escreve para seu bebê, e isso se transforma no combustível para ela seguir em frente, encarar com toda força os tormentos por qual passa.

O FABULOSO DESTINO DE AMELIE POULAIN

Dois clássicos juntos é muito amor: ‘O Fabuloso Destino de Amelie Poulain’ é um triller que conta a história de Amelie Poulain (Andrey Tautou) uma garota doce e inocente que tem uma infância bem excêntrica.

Ao lado de um pai super frio como um iceberg, ex-médico que diagnostica sua filha com problemas do coração – mas na verdade era alegria por está em contato com o pai que nunca a abraçava -, e uma mãe professora e neurótica, que aos 06 anos da menina, morre numa tragédia (que se não fosse tragédia, seria cômica), então morando com pai que se tornou mais anti-social ainda, ela sonha em ir embora assim que pudesse.

Já adulta, se muda do subúrbio para o bairro parisiense Montmartre, onde começa a trabalhar no Café Dois Moinhos como garçonete.

Amelie Poulain gosta de ver detalhes nos filmes que ninguém percebe e… Quebrar a casquinha do Creme Brullee com uma colher de chá <3 E em um dia qualquer, um acontecimento faz mudar a sua vida. Ela descobre, escondida no banheiro há 40 anos uma ‘caixinha de tesouro’ – aquelas caixinhas com memórias, fotos, objetos sentimentais e de valor inestimáveis.

Eis que ela inicia uma saga em busca do dono da caixinha, e ao localizá-lo, descobre que pode fazer o ‘bem’ para quem está ao seu redor, mudando seus destinos, trazendo alegria com pequenas atitudes.

Nesse processo de ajudar o próximo ela conhece Nino, conhece não, se apaixona à primeira vista por ele na estação de trem. E para conquistá-lo cria um jogo tipo charada para se encontrarem, isso tudo depois dele deixa cair seu álbum de coleção de fotos.

De uma maneira doce e inocente, com um toque de comédia, o filme traz uma França divertida, vintage e especial, sem perder todo o romantismo que a cidade naturalmente tem.

O Creme Brullee do Adam, é leve e delicado. O sabor de Côco é uma delicia, e a casquinha perfeita, na espessura ideal. O Restaurante fica localizado na Rua Edith Mendes Gama e Abreu – no Empório Itaigara.

CHOCOLATE

Outro filme que pode passar mil vezes na tv ou quando bate à saudade eu assisto online: ‘Chocolate’ que traz Juliette Binoche, Johnny Depp, e um elenco sensacional.

Mãe solteira, Vianne Rocher, se muda para uma cidadezinha do interior da França com a filha pequena. Uma cidade cinza, mal humorada e um tanto tradicional para os costumes meio ciganos dessa pequena família.

Tentando se adaptar junto com sua filha de 06 anos, Vianne abre sua Chocolateria Maia, e com o aroma de seus produtos e sua vitrine bem apetitosa, consegue aos poucos conquistar todos da cidade e até transformar o clima: tornando-a uma cidade ‘viva’ e alegre.

Nesse processo, a personagem de Juliette conhece o cigano Roux e vivem uma paixão avassaladora, intensa e quente.

Um filme que fala de recomeço, generosidade e amor, tudo transformado pelo Chocolate, essa iguaria milenar que só faz ganhar o coração e o paladar das pessoas.

Mendoá em parceria com o Chef Confeiteiri e Chocolatier Diego Lozaba, criaram bombons especiais com os sabores do Brasil: são seis opções, já incluindo sabores Mangaba, Cachaça de Jambu e Cumaru.

Dos simples tabletes às mais elaboradas sobremesas, o  Chocolate é versátil, e cai bem em várias receitas, tratado como uma joia, um verdadeiro tesouro, uma bebida dos Deuses durante a civilização maia. Se popularizou em nos séculos XVII e XVIII quando foi levado à Europa.

OS SABORES DO PALÁCIO

Filme de 2013, conta a história baseada em fatos reais da Chef francesa Hortense Laborie – vivida por Catherine Frot -, que depois de uma trajetória bem vivida abandona sua carreira para voltar para o interior e cuidar do seu pai que já está bem idoso.

Num dia qualquer é surpreendida com um convite vindo diretamente do Presidente do país para ser a responsável pelas refeições do do próprio.

Inicialmente ela encontra muita dificuldade: primeiro por ser a única mulher na cozinha presidencial, segundo porque ela encontra um clima muito ruim para trabalhar – cheio de machismo, inveja e estrutura de trabalho, cheios de deficiência de materiais, insumos de não tão boa qualidade e etc..

Mas, mesmo com tantas pedras em seu caminho e tantas regras impostas, ela consegue driblar e conquistar o paladar do Presidente, e defender a cozinha caseira ao invés de uma culinária refinada e complicada.

A grande surpresa desse longa é um olhar próximo e humanista, no qual pega uma história simples e singular, teoricamente sem muitos atrativos, e muda, transforma e eleva o percurso profissional.

O luxo, a grandeza de se trabalhar no Palácio Eliseu como chef pessoal do Presidente é reduzido pelo diretor Christian Vicente e a performance de Frot a uma pequena cozinha, colocada no subsolo, separada da cozinha principal. O filme inteiro se passa praticamente todo nesse espaço, como se ela estivesse se lembrando desse momento de sua vida, vivido, de forma tão única.

Como a personagem principal, o longa é simples e especial, focando nas receitas caseiras, ricas em sabor, cor e tempero (e eu de cá da tela imaginado os aromas). A cozinha de Hortense é tranquila, no seu tempo. Nada se compara àquelas cozinhas quentes, agitadas e as vezes um tanto confusas, mostra que por trás daqueles corredores, das paredes de um grande palácio, do “glamour” e de tantas frases educadas e de tanta cortesia, existem pessoas comuns, trabalhando em empregos comuns.

Cozinhar não tem luxo, não é glamoroso; é uma forma de amar o próximo, uma arte única. E com um tom agridoce, mostra que onde tem o luxo nem sempre é o ideal; depois de alguns episódios frenéticos no palácio, a câmera muda de ambiente e encontra a paz e muita contemplação, em que Hortense escolhe viver o isolamento que uma embarcação cheio de pesquisadores, desbravadores, e marinheiros; se permite viver.

Um enigma de mulher, de profissional, que não busca o estrelismo. Da grandeza à simplicidade, do roteiro dramático à uma trilha sonora levemente cômica, o filme tem um olhar bacana voltado para questões sociológicas.

 

Enquanto no filme a Chef prepara um Saint Honore que também utiliza a massa choux como base e não encontrei um Saint Honore à tempo, vamos de Éclair do Atelier Laurent, que conquistou os soteropolitanos com tanta beleza e sabor.

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