14 jul • 2015

Pra assistir: Para Sempre Alice (Still Alice)

Ok, posso até estar atrasada nesse post. Mas, assisti quando ele ainda estava em exibição nas salas de cinema pelo país e ainda quando me lembro me emociono bastante com a história. Não tem como não se emocionar. Quem já teve a experiência de viver com alguém querido passando por essa mesma situação sabe como é. E mesmo aqueles que nunca, mas que tem um pouquinho de sensibilidade tenta se colocar no lugar do outro e imaginar como duro é.

[Alec Baldwind e Julienne Moore. Imagem: Reprodução]

[Alec Baldwind e Julienne Moore. Imagem: Reprodução]

Bom, Julinne Moore no papel de Alice ganhou mais de 30 prêmios por sua atuação, de fato ela conseguiu retratar com força e ao mesmo tempo delicadeza todo o processo e mudança da personagem ao longo do avanço da doença de Alzheimer. E por incrível que pareça, apesar de não curtir muito Kristen Stewart como atriz, personagens sem expressão, sem diferença de um para o outro, até que nesse longa eu gostei dela, como a filha de Alice.

[Lydia e Alice, mãe e filha. Imagem: Reprodução]

[Lydia e Alice, mãe e filha. Imagem: Reprodução]

O longa se baseia num romance homônimo de Lisa Genova e conta a história de Alice – uma linguista de sucesso que aos 50 anos é diagnosticada com Alzheimer, coisa que é rara para a idade. Matriarca de uma família classe média alta de Nova Iorque, com uma família bem estruturada, inteligente e independente; vê sua vida, carreira e seu futuro se perder por causa de uma doença degenerativa, que causa demência.

O filme peca em alguns pontos, como a passagem de tempo – quanto tempo levou da descoberta da doença para a última cena: meses?! anos?!; também não mostra com afinco os dias em que Alice aproveita os últimos dias sã, em que sua memória ainda permanece firme. É sútil e deixa subentendido, mas poderiam ter explorado mais esses momentos.

Porém, todo o resto – apagões, esquecimento das simples palavras do dia a dia, dor e vergonha quando faz xixi na calça por ter esquecido o caminho do banheiro em casa, o precisar de outras pessoas para coisas básicas da vida, os momentos de euforia e até raiva, a preocupação e a relação com o marido John (Alec Baldwin) e os filhos: Tom (Hunter Parrish), Anna (Kate Bosworth) e a ligação mais forte que se estabelece com a filha mais nova Lydia (Kristen Stewart); tudo retratado intensamente, até a aparência e a diferença da Alice e plena sanidade e gás no auge da carreira e independência, e a Alice doente já sem lembrar como se diz borboleta.

E relembrar que passei por isso com meu avô. De já tê-lo visto tocando saxofone com tanta vida, e acompanhar ele esquecer os nossos rostos aos poucos, até chegar ao ponto de apontar pra uma mosquinha e não se lembrar de como se balbucia a palavra, bateu uma saudade enorme, apertou o peito, um nó na garganta formou e uma lágrima no olho brotou.

[Imagem: Reprodução]

[Imagem: Reprodução]

O filme mostra o quanto devemos ter paciência e aproveitar quem amamos, aproveitar a companhia enquanto ainda nos lembramos ou enquanto se lembram de nós, o quanto devemos aproveitar os momentos da vida.

Seu Milton já não está entre nós, assim como várias Alices que também se foram sem lembrar nossos nomes. Mas de uma coisa é certa: lembro dele todos os dias com muito carinho, ainda.

Ficha Técnica:
Título: Para Sempre Alice/ Still Alice
Ano: 2015
Duração: 1h40min
Diretor: Richard Glatzer e Wash Wesrmoreland
Elenco: Julianne Moore, Alec Baldwin, Kristen Stewart,
Kate Bosworth, Hunter Parrish,
Gênero: Drama

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